quinta-feira, 25 de abril de 2013

Memories - Capítulo 6 - "Enquanto você dormia"

  
    – Ei, conheço você! É aquela garota que veio de Mississippi.

     Assim que o homem sorriu, meu coração errou uma batida, e pude reconhecer seu rosto.

     – E você é Rick – eu disse – O que trabalha na floricultura.

                   Memories - Seis

    ELE ABRIU mais outro lindo sorriso e então apontou novamente para o banco do passageiro.

    – Você está pegando muita chuva. Entre logo, pode ficar doente.

    Não pude fazer outra coisa a não ser obedecê-lo. Entrei em seu carro e coloquei o cinto. Sem o uniforme de trabalho, Rick parecia ainda mais charmoso. Sua jaqueta preta lhe dava um ar de garoto perigoso, embora eu não achasse que ele o fosse.
    Rick olhou para mim e me analisou.

    – É uma pena estragar um vestido tão lindo desse – ele murmurou – Apartamento em frente á floricultura, certo?

    Assenti, com os dentes batendo de frio.

    – OK – ele disse – Não estamos tão longe. Até que você estava raciocinando direito. Chegamos lá em meia hora.
    – O-obrigada – eu disse – De verdade.

    Rick fez o motor do carro roncar e deu de ombros.

    – Não foi nada.

     Ao caminho de casa, eu não falava nada. Rick havia me emprestado sua blusa de moletom que estava na banco de trás, quando percebeu que eu estava começando a ficar gelada de tanto frio. Quinze minutos depois, Rick pigarreou e me espiou pelo canto dos olhos.

    – Ainda não sei seu nome – ele falou – Será que vou ter que ficar te chamando o tempo todo de "garota do mississippi"?

    Passei a mão pelos meus cabelos molhados e suspirei

    – Me chame de Becky – pedi – Becky Johnson.

    Rick soltou uma risada abafada.

    – Becky? Que tipo de nome é esse?

    Tentei não mostrar como sua pergunta havia me ofendido e o encarei.

    – É um apelido pra Rebecca.
    – Então, te chamarei de Rebecca – ele avisou – Sinceramente? Acho melhor que Becky.
    – Tanto faz – dei de ombros e encostei minha cabeça no banco do carro. Minha cabeça doía, meu cabelo estava molhado e horrível, e tinha certeza de que algo estava pinicando o meu pé, mas não estava com coragem para ver o que era.

    Me acomodei mais um pouco no assento e fechei os olhos. Assim que o fiz, adormeci instantâneamente.

                                                ***

    – Rebecca?

    O som daquela voz penetrou meus ouvidos me fazendo acordar na mesma hora. Rick estava com as duas mãos no volante, me encarando. Seus olhos pareciam ter vida! Não podia distinguir a cor. Pareciam castanhos esverdeados, mas ao sol tinham um tom azulado. E não era apenas a cor  daqueles olhos que me encantava: Era o modo como eles me olhavam.

    – Chegamos – ele avisou – .... Na verdade, chegamos já faz um tempo. É que... você, hum... bem... fica muito bonita quando está dormindo. Não resisti em ficar te olhando por um momento. Me desculpe.

    Torci para que ter ficado tão vermelha quanto aparentava.

    – Não tem problema – eu disse baixinho – Obrigado pela carona. Boa noite.

    Tirei o cinto e abri a porta, mas senti a mão macia e quente de Rick pousar sobre a minha. Me virei e Rick deu aquele sorriso que me tonteava. Dessa vez, foi tão intenso que fui obrigada a sorrir de volta.

    – Até amanhã – ele disse, soltando enfim sua mão da minha – Bons sonhos, Rebecca.

    Tentei considerar seu "até amanhã" como um convite, mas ainda não podia dizer se era realmente um ou se ele só estava querendo ser gentil. Ignorei a segunda parte.
    Assenti com um sorriso de lado e sai finalmente do carro. Acenei enquanto via seu carro sumir na curva do final da rua, me deixando na portaria do prédio. Instantaneamente lembrei de Colin e Trisha, e então corri para o 2° andar.
    Abri a porta sem mostrar qualquer emoção, como se nada tivesse acontecido. Dei de cara com Trisha lendo sua Bíblia no sofá da sala, usando seu pijama rosa de bolinhas brancas.

    – Onde esteve? – ela perguntou – Estamos te esperando faz um tempão e... Oh, Santo Deus! O que aconteceu com você? Seu cabelo está horrível! E o que eu te disse sobre nunca usar moletom com roupas formais? Aliás, isso é realmente seu? Porque, sei que você tem um gosto horrível para roupas, mas não acho que chegaria a esse ponto... ou chegaria?

    Só então percebi que ainda estava usando a blusa de Rick. Tirei ela e a pendurei no cabide da sala.

    – Como está Colin? – perguntei, ignorando as perguntas anteriores de Trisha
    – Está descansando – respondeu, fechando a Bíblia e a colocando na mesinha – Desmaiou antes porcausa da alergia. Tinha canela na sobremesa.

   Arregalei os olhos.

    – Trisha, ele comeu dois pedaços!
    – Exatamente – ela disse – Por isso, nem tente entrar no quarto agora para vê-lo. Ele está com o rosto todo inchado e não está se sentindo nada bem. O doutor lhe deu um remédio para a alergia e, se der sorte, daqui a dois dias ele estará melhor.
    – Graças a Deus – suspirei.
    – Mudando de assunto... como conseguiu chegar aqui?

    Se contasse a Trisha sobre Rick ter me dado uma carona, ela com certeza me faria uma série de perguntas, como; "O que aconteceu? Vocês se beijaram? Como foi?". E ainda por cima jogaria na minha cara o fato de ela ter dito antes que ele estava me paquerando.
    Além do mais, estava cansada e precisava urgentemente de um banho.

    – Peguei um táxi – respondi, passando por ela e indo direto ao banheiro.

    Liguei o chuveiro e senti a água quente me acalmar. Ela conseguiu levar embora todo o meu cansaço, mas falhou em tirar o sorriso doce e os olhos intensos de Rick de minha mente.

                               ***

Continua...

Olá, queridos! (q sem graça ¬¬) Como estão? Desculpem o capítulo pequeno, mas não estou tendo muito tempo. Espero que tenham gostado, Bjoookas!

Comentários:

Jonathan Freitas: Pô, num bate não, kkk! Pode deixar, vou ler a série toda do HP! kkk Sobre o outro blog... já deixei o recadinho no Skoob te explicando, kkkk Sinceramente, estou morrendo de medo de depois disso vc naõ querer mais ler a minha história. Bjss, espero que tenha gostado desse! Fique com Deus!

Thatá: AAAAAAAA Num creio que tu tá comentando aqui, nega! kkk vc num sabe como estou feliz de ver seu comentário aqui, sinceridade! kk valeu linda! *-*! Quem escreve bem é aqui é TU! u.u! Continuando, o que achou fofura? Bjinhuus!


" Eu vou pegar as peças, e construir uma casa de lego. Se as coisas derem errado, poderemos derrubá-la" Ed Sheeran - Lego House

Fiquem com Deus!



terça-feira, 23 de abril de 2013

Memories - Capítulo 5 - Andando em círculos

    
    O homem tirou o chapéu e então meu estômago embrulhou. Na verdade, não sei porquê ele fez isso. Afinal, era apenas um homem que eu vi de hoje manhã e achei muito atraente... não era?

– Em que posso ajudá-las? – o homem sorriu tão docemente que me fez ficar tonta.

 
                    Memories - Cinco


    ESPEREI Trisha falar algo, mas vi claramente que a próxima fala deveria ser minha. Tirei uma mecha de cabelo do rosto e perguntei:

    – Poderia mostrar alguns de seus melhores arranjos? Acho que minha amiga está querendo montar um jardim no nosso apartamento.

    Trisha me olhou com raiva, mas não tentei me desculpar. Afinal, ela disse que iria comprar vestidos, e não flores.

– Vocês não são daqui, são? – ele perguntou
– Não – respondeu Trisha – Viemos de Mississippi. Estamos passando alguns meses em San Francisco
– A trabalho? – ele perguntou
– Não, apenas por diversaõ – eu respondi

    O homem riu sarcasticamente e saiu de trás do balcão.

    – Me sigam.

                                  ***
     Saímos de lá com dois vasos lindos de flores. Trisha ficou cantarolando o tempo todo em meu ouvido: ele estava te paquerando...

    – Ele só estava sendo gentil – eu devolvia
    – Percebeu que para você todos estão sendo gentis? – Trisha perguntou
    – Percebeu que pra você todos estão me paquerando?

    Trisha me devolveu um sorriso sapeca e disse:

    – Vamos logo comprar uma jaqueta pra você. Sabe... olhando esse seu visual acendeu uma chama em meu coração para fazer caridade.

    Tentei não ficar ofendida com o comentário de Trisha e, como estava em frente ao apartamento, deixei os vasos de flores na recepção, pedindo para os entregar a Colin. Com certeza Trisha compraria mais de vinte peças de roupas, contando com as minhas. Não aguentaria levar vinte peças de roupas mais dois vasos pesados.
     Pegamos um ônibus até a loja em que Rick, o homem da recepção, havia nos indicado. Não podia negar que ele era um homem muito bonito, apesar de ter um semblante cansado e acabado, talvez por passar o dia inteiro na floricultura. Seus músculos fortes eram a prova disso, o que me fez concluir que a floricultura não era seu único hobby.
    O que me deixava totalmente sem graça era o seu sorriso. Seus lábios eram bem desenhados e seus olhos pareciam caledoscópios. Cada vez que ele sorria era como se o mundo inteiro parasse.
    Tentei parar de pensar em Rick e parei para ouvir Trisha, que tentava me ensinar o jeito certo de usar encharpes. Só prestei a atenção na parte de nunca, jamais, em hipótese alguma, usar com amarelo.

                                 ***
    – Colin vai nos matar – murmurou Trisha, enquanto seguíamos pela recepção.

    Ele já devia estar acordado a essa hora, se perguntando como um louco onde estávamos, e que diabo havíamos deixado aqueles vasos de flores no apartamento. Já estava na hora de saírmos e, como o Gary Danko era bem frequentado, era bem capaz de não conseguirmos uma mesa agradável, ou até não conseguirmos uma mesa.

    – A culpa é sua! – exclamei – Devia ter se contentado com a primeira bolsa que viu!
    – Estavam em liquidiação, Becky! Liquidação!

    Abrimos a porta e demos de cara com Colin, usando uma roupa mais formal , já pronto para um jantar no Gary Danko. Trisha foi até ele e lhe deu um beijo rápido, depois seguiu para o seu quarto dizendo:

    – Me arrumo em 5 minutos!

   Coloquei o monte de sacolas no sofá e disse:

    – Desculpe o atraso. Você sabe como é Trisha; nunca sabe quando parar de comprar e demora muito para escolher as roupas.
    – Está tudo bem – ele respondeu – Vá se arrumar, ainda temos tempo. Mas não garanto que vamos pegar um bom lugar.
    – Certo.

     Coloquei a roupa mais formal que tinha. Afinal, era nosso primeiro jantar em San Francisco, e queria o fazer memorável. Fui até meu guarda-roupa e peguei minha câmera que estava escondida no meio das minhas roupas. Podia esquecer até de pentear o cabelo, mas essa câmera era a parte mais importante da viagem – Sem esse objeto não poderia sentir todas aquelas emoções novamente, ao ver as fotos.

    O Gary Danko era o restaurante mais cheio que tinha ido em toda a minha vida. Tão cheio, que tivemos que esperar um casal de jovens desocupar a última mesa. Tomamos nossos lugares e fizemos nossos pedidos. O atendimento era rápido e eficiente, e a decoração me lembrava muito a casa da Sra. Stuart – uma amiga da família – , onde papéis de parede com imagens abstratas eram o destaque da sala e da cozinha. O cheiro me lembrava muito a torta de limão que minha tia Anne fazia, embora todos do restaurante estivessem comendo muita carne e massa. 
    Depois de nossos pratos terem chegado, Trisha pediu para que Colin batesse uma foto nossa. Ele negou, então Trisha pegou a câmera de minha mão e bateu a foto no mesmo instante em que eu mastigava um pedaço de frango frito. (Quando aquele filme foi revelado, não deixei eles acrescentarem essa foto ao álbum)

    – Estou cansado – murmurou Colin – Vamos para casa?
    – É alguma piada? – perguntei – acabamos de chegar.
    – Estou realmente cansado, meninas – ele murmurou novamente, e dessa vez pude ver que ele realmente não estava se sentindo bem.
    – O que sente? – perguntou Trisha, segurando em sua mão
   
    Colin suava por toda a parte do rosto. Talvez fosse algo que ele tinha comido, mas ainda não podíamos concluir isso.

    – Eu vou banheiro – avisei – Assim que eu voltar, vamos para a casa. Entendeu?

    Colin assentiu, embora não tivesse respondido a pergunta de Trisha. Dei a volta por quase todo o restaurante até finalmente achar o banheiro feminino. Depois de usar, arrumei meu cabelo pela última vez e voltei até a mesa onde estávamos sentados. Ao chegar lá, não havia ninguém, apenas um bilhete que reconheci por ser a letra de Trisha:

    "Colin desmaiou, não pude esperar você voltar. O levei ao hospital. Volte ao apartamento e fique nos esperando, não vamos demorar.
                                                                                                                   Beijos, Trisha"


    Não sabia se ficava com raiva por não saber voltar ao apartamento ou se chorava pelo estado de Colin.

    – Pelo menos ela já pagou a conta – murmurei.

    Saí do restaurante me perguntando onde estava. Não prestei muita atenção no caminho quando vim de Táxi, e o trajeto não havia sido curto. Resolvi seguir os meus instintos; fui para o leste.
    Para melhorar minha situação, começou a chover. Senti os pingos gelados cortando minha pele, e cruzei os braços tentando me aquecer. Já podia me lembrar de algumas ruas, e conclui que não ficaria perdida e que em menos de vinte minutos estaria na rua do apartamento. Foi aí que percebi que já tinha visto aquela farmácia uma vez. Aquela loja de coisas antigas também me parecia familiar, e pudia jurar que conhecia aquela livraria.

    – Ah, que maravilha – murmurei – estou andando em círculos.

    Praguejei algo que não consigo me lembrar e continuei andando, com passos pesados e lentos, desejando um táxi que fosse educado o bastante para parar por mim, mas parecia que eu estava invisível a eles.
    Foi quando um DKW Sedan preto parou ao meu lado, desacelerando até acompanhar meu ritmo. O motorista abaixou o vidro do carro e olhou para mim, que automaticamente parei, o fazendo parar também.

    – Perdida? – ele perguntou

    Normalmente não sou de conversar com estranhos, mas naquele estado qualquer ajuda seria bem-vinda. Assenti.

    – Entre – ele pediu, gesticulando com a cabeça para o banco do passageiro – Está tarde e chovendo. É perigoso andar por aqui a essa hora da noite. É só me dizer onde mora, e estará lá rapidinho. 

    Não podia distinguir seu rosto, pois estava de noite e a rua tinha apenas três postes de luz acesos. Ele apertou seus olhos quase invisíveis na escuridão da noite e exclamou:
 
    – Ei, conheço você! É aquela garota que veio de Mississippi.

    Assim que o homem sorriu, meu coração errou uma batida, e pude reconhecer seu rosto.

    – E você é Rick – eu disse – O que trabalha na floricultura.


                                ***
Continua...

Heeey meus amores! Desculpem meeesmo a demora, é que também escrevo em outro blog. Mas estou gostando bastante das visualizações, e prometo que o máximo que posso demorar é 4 dias. Bjjjs amo vocês!

Comentários:

Jonathan Freitas: Obrigada! kkk na verdade, quando criei a personalidade do Colin, estava pensando em um menino que gostei na quarta série. Se eu te falar que o único livro de HP que li foi a câmara secreta vc vai tentar me bater? kkkk
E sobre a parte em que você riu, isso realmente me aconteceu e foi minha amiga Marcia que me disse isso. Fiquei morrendo de raiva! kkk Espero que tenha gostado desse capítulo! Bjss e até a próxima!


Fiquem com Deus!

   

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Memories - Capítulo 4 - "Uma Rosa para outra Rosa"

    Eu até que poderia dizer sobre o homem que trabalhava na floricultura, mas precisava manter o meu orgulho. Afinal, tinha que ganhar aquela conversa.

         – Não, Colin – respondi – Ninguém me interessou.

                  Memories - Quatro
 
 
    
    DUVIDO – Trisha provocou – E o garçom da lanchonete que fomos? Vai me dizer não o achou bonito? Ele estava te paquerando.
    – Ele só estava sendo gentil – eu disse – Acreditem, ter relacionamentos foi a última coisa em que pensei quando aceitei vir para San Francisco com vocês. Eu vim para passar mais tempo com meus dois melhores amigos e é isso que vou fazer. E nada de arranjar encontros para mim, ouviram? Se um dia quiser ter um, eu mesma vou arranjar. Entenderam bem?

    Com esse aviso, os dois se entreolharam e deram de ombros.

   – Mas depois não venha choramingar para nós quando estiver velha, sozinha, infeliz e com a casa cheia de gatos – avisou Colin, tomando um gole de seu suco.
    – Isso não vai acontecer. Até porque odeio gatos.
    – Não odiará mais quando perceber que eles poderão ser sua única companhia.

    Tentei pensar em algo para me defender, mas de algum modo Colin tinha me pegado. Se havia alguma forma de respondê-lo e vencer aquela conversa, não estava conseguindo achá-la.
    Trisha salvou tudo com uma pergunta:

   – Alguém me passa o suco? – ela estendeu a mão – Não estou... conseguindo... alcançar...

    Estiquei o braço e passei a jarra de suco para Trisha, tentando não olhar para os olhos vitoriosos de Colin, que me encaravam. Trisha piscou várias vezes e disse com uma voz doce:

    – Obrigada.

                                     ***
     DEPOIS de comermos e lavarmos a louça, resolvemos fazer uma brincadeira com Colin, que estava na sala lendo tranquilamente seu livro de aventura. Colin tem uma medo inexplicável por aranhas, e tivemos a idéia de assustá-lo quando eu achei uma no banheiro. A peguei com um plástico em minhas mãos – pois nao sabia se ela era venenosa, e nao queria correr o risco caso ela me picasse – e a levamos até a sala.

     Trisha e eu éramos as únicas garotas que Colin conhecia que nao tinham medo de insetos. Na verdade, nós os admirávamos, e eu até tinha uma caranguejeira de estimaçao – a guardava em um pote de vidro –, mas nao a trouxe por súplicas desesperadas de Colin, pedindo para nao trazê-la de jeito nenhum.
    A coloquei delicadamente no ombro de Colin sem ele perceber, por trás do sofá. Contei com Trisha 7 segundos.

    – AAAAAAAAAHHHHH!

    Caímos na gargalhada enquanto ele batia em si mesmo para tentar tirar a aranha de seu ombro. Nos lembramos no mesmo instante quando assustávamos Colin na fazenda de meu tio, onde crescemos juntos. Pegávamos aranhas pequenas e colocávamos na toca de sua blusa ou mesmo dentro de seu chapéu. Mas também lembramos de como ele não gostava disso.

    – Qual é o problema de vocês?! – ele perguntou – Sabem que odeio aranhas!
    – Só queríamos te dar um susto, Colin – expliquei – Pare de ser tão infantil, está parecendo uma criança!

    Colin ergueu a sobrancelha e encarou nós duas. Com uma voz firme, ele disse:

    – Tem certeza de que eu sou a criança nessa história?

    Ele disse isso e então virou as costas. Olhando por cima dos ombros, avisou:

    – Vou dormir um pouco. Me chamem quando for a hora de saírmos.

    Trisha respirou fundo e murmurou:

    – Primeiro dia em San Francisco e já discutimos – ela gesticulou com a cabeça para a sua bolsa que estava pendurada na cadeira – Que tal darmos uma volta? Faz tempo que não fazemos compras juntas.

    Eu não era o tipo de garota que deixava os olhos brilharem ao ver um sapato novo no armário. E também não era o tipo de garota que gostava de andar horas e horas procurando a roupa perfeita. Se eu via, logo gostava e comprava sem demora. Muito diferente de Trisha, que era uma patricinha assumida.
    Eu e Trisha éramos tão diferentes que ninguém dizia que éramos amigas desde os 7 anos. Além das diferenças emocionais e psicológicas, também tinham as físicas: Trisha era dona do corpo que todas as garotas da nossa escola queriam ter. Seu cabelo era loiro e ondulado, que ficava bonito mesmo se ela fosse atingida por uma tempestade e caísse de cara na lama.
    Eu, já era dona dos azuis como o mar – meu pai costumava dizer isso – e cabelos castahos e ondulados. Eu e Trisha não gostávamos muito de deixar nossos cabelos armados sustentados por litros de laquê, como a maioria das moças da nossa idade fazia na época. Então normalmente eu os prendia em um rabo de cavalo ou os deixava soltos.
    Não conseguia enxergar aonde os garotos viam beleza em mim na época. Era bem visível que Trisha era bem mais bonita do que eu, e se acontecesse uma votação no bairro do Mississippi, com certeza Trisha sairía ganhando esta. Mas desde aquela época e até hoje não me importo muito com o que pensam de mim.

    – Uma hora pra escolher um vestido? – perguntei
    – Consigo até menos que isso – ela prometeu

    Revirei os olhos e ajeitei o cabelo.

    – Vamos então.

    Trisha sorriu e pegou sua bolsa. Não queria gastar muito dinheiro, apenas comprar o que precisava – para Trisha, eu precisava de botas e casacos novos –, então peguei minha bolsa e saímos do apartamento.


    Assim que saímos do apartamento, demos de cara com o velho da floricultura que discutia com o outro homem. Ele estava sorrindo e entregando uma rosa á cada moça que passava por alí, e murmurando coisas muito toscas como: "Uma rosa para outra rosa. Tenha um bom dia, madame!". Meu estômago embrulhou ao perceber que eu e Trisha seríamos as próximas.

    – Boa tarde, senhoras!

    Eu simplesmente odiava quando alguém me chamava de senhora. Afinal, eu tinha cara de senhora aos 20 anos?

    – Boa tarde! – disse Trisha ao pegar a rosa – Elas são lindas! As cultiva á muito tempo?
    – Temos a loja faz 8 anos! – ele respondeu entusiasmado – Querem entrar e ver os outros arranjos?
    – Na verdade, estamos indo ao um outro...
    – Adoraríamos! – fui interrompida por Trisha.

    O sorriso gordo do velho estendeu-se pelo seu rosto. Ele pegou a mão de Trisha com educação e nos guiou pela loja adentro. Ao chegar no balcão, disse ao recepcionista.

    – Atenda a essas adoráveis moças, Rick. Estarei lá fora se precisarem.

    O homem tirou o chapéu e então meu estômago embrulhou. Na verdade, não sei porquê ele fez isso. Afinal, era apenas um homem que eu vi de hoje manhã e achei muito atraente... não era?

    – Em que posso ajudá-las? – o homem sorriu tão docemente que me fez ficar tonta.


Continua...

Heeey! E aí, meus amores! Desculpem a demora, é que foi muito corrido pa mim esses dias! Espero q tenham gostado do 4° capítulo! Bjookas!

Comentários:

Jonathan Freitas: Na verdade, meu Broffice não está salvando meus rascunhos, portanto escrevo tudo na hora mesmo. Quando baixar o Word, vai ficar tudo melhor! E então, o que achou? Bjss!

Andressa, Clara 8°D: Não foi lá o melhor encontro mas foi um começo! kkk bem-vinda gata! Gostou desse? espero q sim! Bjinhus!

Bruny Nelly: Muito obrigada, linda! Continuando, o que achou? Pode deixar q vou olhar sim, ok? Bjs!


Fiquem com Deus!


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Memories - Capítulo 3 - Que sirvam a macarronada!


     Por um momento, olhou para a minha janela. Seus olhos encontraram os meus e eu saí de lá rapidamente, torcendo para que ele não tivesse percebido que eu estava assistindo a discussão.


                         Memories - Três
 
                                              ***

    QUANDO estava saindo do quarto, dei de cara com Colin e Trisha, que provavelmente estavam indo até lá ver o porquê os deixei falando sozinhos.

    – Sabe que isso é falta de educação, Sra. Johnson? – disse Colin, cruzando os braços – O que foi fazer lá no quarto?

    Abri a boca pra falar, mas antes dei uma última espiada na janela. O homem já tinha entrado na loja.

    – Vocês não ouviram a discussão? – perguntei, passando por eles e indo para a sala.
    – Que discussão? – perguntou Trisha.
    – Ah, esqueçam – me joguei em uma poltrona – Do que estavam falando?
    – Você não acha que Colin ronca demais?

    Dei uma risada e vi que Colin cruzava os braços, esperando uma resposta.

    – Sei o que quer, Trisha – eu disse – Mas vou ficar com aquele quarto. E você, com Colin.
    – Beckyyyyy! – ela insistiu.

    Levantei da poltrona e dei de ombros, pegando minha mala.
  
    – Ninguém mandou dizer "sim" quando ele te pediu em namoro. Agora aguente as consequências.
    – Ah, vamos! Não é tão ruim assim dormir no mesmo quarto que eu – disse Colin, cruzando os braços – Ótimas amigas, vocês são!

     Trisha o beijou na bochecha.

    – Eu estava brincando, bobo – ela disse – Me ajude a desfazer as malas?

                               ***

    ASSIM que desfazemos as malas e tomamos um banho, Colin quis preparar macarronada para o almoço. Normalmente não deixaríamos ele chegar perto do fogão, já que da última vez ele quase explodiu a cozinha só por tentar fazer frango frito – o que é totalmente irônico, pois que seus pais eram donos de um dos restaurantes mais visitados do Mississippi –. Mas acontece que não tínhamos outra opção, já que ele nos chantageou com um jantar no Gary Danko, ás 20hs00 da noite. Decididmos nos virar com o almoço e esperar ansiosas pelo jantar á noite.

    – Até que o cheiro está bom – eu disse – Espere um minuto... desde quando algo que você cozinha cheira bem?
    – Hoje vocês tiraram o dia pra me chatear – ele murmurou, mechendo o molho com a colher – Vai ficar bom, confie em mim. Trisha já provou. Não foi, amor?

    Trisha tirou os olhos de seu livro e olhou pra mim, confirmando com a cabeça. Eu apenas ri e olhei para a janela da cozinha. De lá, tinha uma visão melhor da floricultura. Queria insuportavelmente saber quem era aquele homem que trabalhava lá. Não sabia porquê, mas desde que o vi, algo despertou em um mim uma curiosidade absurda de conhecê-lo.

     – É... pessoal? – perguntei, sem desgrudar os olhos da janela – Perceberam que tem uma floricultura em frente ao prédio?
    – Claro que sim – disse Trisha – O que significa que Colin não terá mais desculpas para não me comprar flores.

    Colin pigarreou depois de provar o molho com a colher de pau.

    – Comprava sempre que podia – ele disse – Não começe, amor. Prometo que irei comprar flores todas semanas pra você.
    – E novamente eu estava brincando – murmurou Trisha – Não me importo se não me dá flores, Colin. Eu amo você de qualquer jeito. Entendidos?

    Ele olhou para ela e deu seu lindo sorriso de lado.

    – Entendido. Eu também amo você.
    – E era disso que eu estava falando – murmurei – Por quê não arrumei um namorado enquanto ainda estava no Mississippi?
    – Porque a passagem iria sair mais cara? – sugeriu Trisha.

    Demos uma longa risada antes de Colin dizer:

    – O molho está pronto. Já já eu sirvo. Poderiam ir pondo a mesa?

    Assentimos e procuramos alguns pratos nos armários. A última pessoa que alugara aquele lugar não parecia ser tão cuidadosa. Alguns pratos estavam rachados e pude jurar que vi uma barata passando por trás deles, apesar do armário não estar tão sujo.

    – Melhor lavá-los antes de pô-los na mesa, Trisha – sugeri
    – Por que?
    – Só.... faça o que pedi.

    Trisha deu de ombros e lavou os pratos. Forrei a mesa com o único pano que achei razoável para a ocasião e Trisha fez um suco de laranja. Logo Colin chegou com uma bandeija grande de macarronada.

    – Posso fazer uma confissão? – eu perguntei, sentada á mesa, observando Colin colocar a bandeija no centro – Estou com medo.
    – Engraçadinha – disse Colin – Espere Trisha chegar com o suco, e então pode provar a minha deliciosa macarronada.

    Soltei uma risada sarcástica e vi Trisha vindo com uma jarra grande de suco. Ela nos serviu e sentou ao lado de Colin, e juntos fizemos uma oração, agradecendo á Deus pelo alimento e por chegarmos em San Francisco em segurança. Resolvi dar a primeira garfada, já que fui eu quem mais implicou com Colin sobre sua macarronada, o que era nada mais que justo.

     – Huuummm – murmurei – Retiro tudo o que disse, Colin. Está uma delícia! Aceita minhas sinceras desculpas?
     – Desculpas aceitas  – ele disse, com a boca cheia de macarrão.

    Trisha deu risada e beijou sua bochecha

     – Precisa arranjar um desses, Becky – sugeriu Trisha.
     – Oh não, Obrigada – eu recusei – Percebi nesse exato momento que você e eu temos gostos muito diferentes.
     – Em Mississippi vários homens pediram para namorar você, Becky – Colin me lembrou – Alguns chegaram a pedir até para os seus pais. Não entendo qual seu problema com isso.
     – Nenhum deles me agradou. Simples.
     – Parou para conhecer algum deles? – Trisha perguntou
     – Eles só estavam interessados no dinheiro da nossa família, Trisha – a lembrei – Meus pais são as maiores corretores do Mississip. O que vocês queriam?
     – Eu não acho que sejam todos – retrucou Trisha – Benjamim gostava de você.
     – Benjamim gostava de você.
     – Que história é essa?! – perguntou Colin e Trisha em um coral.

    Revirei os olhos sabendo que sobraria para mim.

    – Os pais dele queriam juntar nossas duas famílias para conseguir mais dinheiro – confessei – ele me contou no dia em que ia me pedir em namoro. E também me pediu desculpas, dizendo que não gostava de mim mas que era apaixonado por você. Depois, tive que contar a ele que você estava namorando com Colin. Ele ficou arrasado.
    – Dessa eu não sabia – disse Trisha – Sabia disso, Colin? Vocês eram amigos, que eu me lembre.
    – Nem passou pela minha cabeça – ele disse – Mas... isso não vem ao caso, Becky. Você é bonita, inteligente, divertida... e está solteira. Sei que aqui em San Francisco vai fazer mais sucesso que em Mississippi.
     – Eu estou bem solteira, Reynolds – eu disse.
     – Vai me dizer que não achou ninguém interessante até agora?

    Eu até que poderia dizer sobre o homem que trabalhava na floricultura, mas precisava manter o meu orgulho. Afinal, tinha que ganhar aquela conversa.

     – Não, Colin – respondi – Ninguém me interessou.


Continua....

Oiiiiii amores! Mais um capítulo postado! Espero que tenham gostado e, se quiserem deixar sugestões sobre o que pode acontecer na história, eu aceito! Bjss até a próxima!


Comentários

Jonathan Freitas: kkkk obrigada *-* OH GOD nem é tão boa assim, kkk Mas valeu pelo elogio! bjss!

Fiquem com Deus!




   
 





segunda-feira, 8 de abril de 2013

Memories - Capítulo 2 - Espiando a vida alheia

    
    Fechei os olhos deixando as lembranças tomarem conta da minha mente. Como seu voltasse a ter 20 anos, comecei a contar como tudo aconteceu.

               Memories - Dois
                                                              
                                                                ***                         
    POR TUDO que é mais sagrado, tenha cuidado com essa câmera, Colin! – disse Trisha entre dentes, enquanto fazia uma pose ao meu lado esperando Colin bater a foto.                  
     E o que te faz pensar que um homem cuidadoso como eu deixaria algo de ruim acontecer com essa câmera novinha?
     Talvez porque você quebra tudo o que toca – eu disse também entre dentes, forçando um sorriso.
    – Digam San Francisco! – gritou Colin, ignorando meu comentário.

    Não dissemos nada, e naquela hora tive certeza de que eu e Trisha saímos na foto fazendo uma careta.
    Para tentar se defender de meu comentário anterior, Colin disse:

    – Fique sabendo, Becky, que eu sei ser muito cuidadoso quando se trata de algo irá registrar os quatro meses que ficaremos aqui em San Francisco. Acredite, guardarei essa câmera com a minha vida.

    Eu e Trisha nos olhamos e pegamos nossas malas do chão, ignorando o afirmação vantajosa de Colin. Apesar da câmera ser minha, tínhamos feito um acordo quando ainda estávamos no trem para ver quem ficaria com ela na primeira semana em San Francisco. Concordamos em deixar Colin ser o primeiro, já que foi ele quem conseguiu alugar o apartamento em San francisco. Mas não estávamos tão confiantes em relação á isso.
    Ele colocou sua mochila grande em suas costas e me ajudou com a alça da minha mala, que estava emperrada. Nós três saímos da estação de trem de San Francisco e fomos á uma lanchonete que havia lá perto, já que a fome de Trisha estava incomodando mais a nós do que ela mesma.

    – Não acredito que finalmente estamos em San Francisco! – disse Trisha, segurando o cardápio nas mãos – O que vamos fazer primeiro? Estou me sentindo tão inútil!
    – Se acalme, Trisha – eu pedi – Ainda nem conhecemos o apartamento que Colin alugou. Precisamos desfazer as malas, tomar um banho...
    – E parar de ser tão chata! – exclamou ela
    – Trisha... – repreendeu Colin.
    – Foi brincadeira –  ela ergueu as mãos – Quando será que meu queijo quente vai chegar?!

    Trisha disse a última frase em um tom mais alto, ganhando alguns olhares da lanchonete.

    – Trisha! – repreendeu Colin novamente.

    Ela soltou uma gargalhada e pegou a câmera que estava sob a mesa. Trisha era do tipo de garota que não tinha vergonha de gritar em frente ao um público ou de parecer idiota. Isso ás vezes irritava, mas era o que a fazia especial.

    – Quanto custou, Becky? – ela perguntou, se referindo á câmera.
    – Não sei – respondi – Meus pais compraram para mim semana passada. Disseram que quando fazemos uma viagem dessas com os amigos, é preciso registrar cada segundo.
    – Seus pais estão progredindo – disse Colin – Nem o meu salário pode pagar uma câmera dessas, Becky.

   Soltei uma risada e puxei o prato de queijo quente que a garçonete havia posto na mesa. Trisha soltou um "Glória a Deus" enquanto eu mechia nos botões da câmera.

    – Quero fazer um álbum bem grande dessa viagem – eu disse – Vamos registrar cada momento, não quero perder nada, ouviram? É a primeira vez que viajamos juntos, só nós três. Vamos aproveitar cada segundo. E nada de ficar namorando e me deixar segurando vela!
    – Posso até tentar, mas não prometo nada – Colin ergueu as mãos
    – Idem – Trisha concordou.

    Colin beijou o topo de sua cabeça e então todos soltamos uma longa risada, felizes por estarmos no lugar que vivíamos dizendo que estaríamos desde os 16 anos.
   

                               ***
    DEPOIS de comermos, pegamos um táxi que nos deixou em frente á um prédio desgastado pelo tempo, que ficava á 7km da estação. Ficamos um tempo parados olhando para ele, até Colin perguntar:

    – Gostaram?

    Eu e Trisha nos olhamos. Não era horrível, mas também não era perfeito.

    – Tem certeza de que é aqui? – perguntou Trisha; com certeza ela não pensava do mesmo jeito que eu.

    Colin pegou sua mala do chão e seguiu na nossa frente.
 
    – Tenho certeza absoluta – ele disse – Sigam-me.

    Fomos até a recepção. O saguão do prédio também tinham paredes desgastadas, embora a decoração da mobília fosse muito bonita. O balcão era grande e um homem que parecia ser mais novo que nós estava atrás dele. Colin pagou a reserva que tinha feito por telefone á dois dias atrás. Nosso apartamento era o 22, no segundo andar. Os corredores eram longos e a atmosfera era úmida e fria. Abrimos a porta e suspiramos.
    Quem visse o prédio do lado de fora, não ia ter noção de como ele era por dentro. Não era a melhor coisa do mundo, mas era melhor do que a visão do prédio por fora. Se tivesse um guarda-roupa grande e uma cama confortável, pra mim já estava ótimo.
   
    – Temos mesmo que desfazer as malas agora? – Trisha perguntou, se jogando na poltrona – Estou tão cansada...
    – Levante-se, preguiçosa – Colin ficou atrás da poltrona e beijou o topo de sua cabeça – Temos muito a fazer. Vou levar nossas mala ao quarto de hópedes. Sabe.. até decidirmos com qual quarto ficaremos.
    – Vou ficar com Becky – disse ela – Você ronca demais. Não é, Becky?

    Os deixei falando sozinhos para ver o que estava acontecendo lá fora, pois estava escutando vozes gritando e xingando. Fui até a janela de um dos dois quartos, e pude ver dois homens tendo uma discussão. Um deles era bem velho e parecia ser o dono da floricultra que ficava em fente ao prédio. O outro parecia ter minha idade, e usava roupas que na minha cidade eram consideradas da classe baixa. Tinha cabelos negros e ombros largos. O velho dava sermões tão altos que da janela conseguia escutar. O homem escutava tudo e não ligava pra nada, como se já tivesse escutado isso milhões de vezes.
    Quando o sermão acabou, o velho voltou para a loja e o homem pegou a vassoura e começou a varrer a sujeira da calçada. Por um momento, olhou para a minha janela. Seus olhos encontraram os meus e eu saí de lá rapidamente, torcendo para que ele não tivesse percebido que eu estava assistindo a discussão.


Continua...

Heeeey! Como estão, pessoas? Gostaram desse? Não sou muito boa para escrever histórias de época, tanto que tenho certeza que deve ter algumas coisinhas erradas nesse capítulo, e com certeza irá ter mais coisinhas erradas no decorrer da história, se eu não prestar a atenção. Mas estou apenas começando e tenho certeza de que essa história será molde para outras que irão surgir! Amo escrever e não vou deixar de fazer isso só por causa de algumas "coisinhas erradas", certo? Bjss!

Comentários:

Jonathan Freitas: Fico feliz que gostou! Obrigada! Até a próxima! Bjss *-*

Fiquem com Deus!
   



Memories - Capítulo 1 - Lembranças em uma caixa

Memories - Um
 
 
 
     TRANQUEI a janela do quarto e me preparei para dormir. A casa estava silenciosa e a atmosfera era úmida e fria. A chuva caía lá fora, e batia delicadamente no vidro da janela. Fechei os olhos e esperei o sono vir, mas ouço três batidas leves na porta.

    – Vovó? Oh, me desculpe! Não sabia que estava dormindo. Voltarei agora mesmo para o meu quarto. Boa noite.
    – Espere, Kate – eu levantei da cama lentamente e a impedi de fazer qualquer movimento seguinte – Pode dizer o que quer. Só estava descansando.

    Kate se aproximou da cama e sentou-se ao meu lado. Seus cabelos pretos e levemente cacheados estavam presos em uma trança. Seus olhos me convidavam á uma conversa. Ela parecia muito com a minha filha Jenny, que agora estava do outro lado da cidade morando com seu marido Dylan, em um apartamento no subúrbio.


    – É que... não consigo dormir – ela confessou – Tyler ronca demais.
 
    Soltei uma risada longa e rouca. Kate já tinha 13 anos de idade e era a mais velha de meus dois netos. Tyler já tinha 9 e era o garoto mais criativo e inteligente que eu já vi. Embora na minha vida eu tivesse ganhado vários presentes de Deus, Kate e Tyler foram um dos melhores.
    Passei minha mão em seus cabelos e disse depois de uma tosse:

    – Pode ficar aqui esta noite, Kate – a aproximei mais de mim – Vou pegar um cobertor pra você.

    Caminhei com dificuldade até o meu armário e abri uma porta. Puxei um cobertor médio e dei a Kate. Quando ela o balançou para esticá-lo, o movimento fez cair algo de dentro das dobras do cobertor.
 
    – Eu pego, vovó! – Kate se abaixou para pegar minha velha caixa de óculos que tinha caído de baixo da cama. Mas, outra coisa além da caixa de óculos chamou sua atenção. Ela esticou o braço e puxou uma caixa de sapatos que ainda me causava arrepios só de olhar – O que é vovó?

    Me aproximei de Kate e peguei a caixa. Apenas o toque me fez ver todas as lembranças em minha frente como se fossem um projetor de imagem. As sensações também foram se apresentando, como o cheiro do outono ou uma mão suave afagando meus cabelos.

    – Você achou meu álbum de fotos, Kate – sorri – Nem me lembrava mais dele. Quer ver?

    Ela assentiu e sentou-se na cama ao meu lado. Abri a caixa empoeirada e tirei o meu velho álbum de fotos de lá de dentro. Respirei fundo - o máximo que pude - e abri, revelando a primeira foto.
    Era eu chegando em San Francisco, junto com minha melhor amiga Trisha e seu namorado Colin. Na época, tínhamos 20 anos e estávamos viajando para lá para passar alguns meses. Lembro de como estava animada naquele dia. Foi em 1968.
   A mão de Kate puxou outra página. E outra, e outra, e outra... até chegarmos na página 41.

    – É a senhora e o vovô? – ela perguntou.

    Senti um calafrio familiar percorrer meu corpo. Arrumei meus óculos e abracei Kate, percebendo que a noite iria ser longa.

    – Sim – respondi – Foi um dos melhores momentos da minha vida.

    Kate cruzou os braços e olhou pra mim com olhos meigos.

    – A senhora nunca me contou como se conheceram, vovó! – sua voz era convidativa – Sei que está tarde, mas... a senhora também não está com sono, está?

    Eu não estava. Kate era tão doce, tão meiga e inofensiva que era difícil de recusar algo á ela. Ela usava esse truque quando queria algum doce que eu guardava em um pote em cima da geladeira.

    – Deite – eu pedi – Vou lhe contar uma história.

    Kate sorriu e bateu palminhas como aprovação. Ela engatinhou até o meio da cama e apoiou sua cabeça no travesseiro. Abraçada com o álbum, sentei ao seu lado e acendi a luz do abajur.

    Fechei os olhos deixando as lembranças tomarem conta da minha mente. Como seu voltasse a ter 20 anos, comecei a contar como tudo aconteceu.

                                   ***

Continua...

    Eu sei, o primeiro capítulo é pequeno. Mas foi o máximo que consegui hoje, vai ser um dia muito corrido! Mas espero que tenham gostado! E aos novos leitores, sejam bem-vindos!
   
Fiquem com Deus!






domingo, 7 de abril de 2013

Memories - Sinopse

                                  
                             Memories


    Rebecca Johnson agora tem 65 anos e mora em uma casa grande em Los Angeles. Seus únicos companheiros são seus netos (Kate Eve Johnson e Tyler Lee Donehey) e um álbum de fotos que carrega todas as suas principais lembranças.
    Uma delas, foi Rick Donehey, a primeira pessoa que se apaixonou louca e intensamente.

    Memories conta todas as lembranças que ainda restam na memória de Rebecca; Onde tudo começa em San Francisco, Califórnia.

Personagens Principais:

Rebecca Johnson
Rick Donehey
Trisha Bartfield
Colin Reynolds

Gênero: Romance e Drama
Classificação: Livre
Capítulos: No máximo 32.


Heey Smilers! Eu sei que disse que antes eu ia postar músicas, ou tags. Mas é que hoje acordei inspirada e resolvi postar Sinopse de uma vez. Gostaram? Espero que sim!

Bjss e até a Proxima! Fiquem com Deus!







A Little History será Excluída + Nova história



Smilers, pequena notícia:

    Irei excluir A Little History para começar outra história; Ainda estou trabalhando nela, e quando estiver pronta, postarei a Sinopse.
    Ela ainda não tem nome, pois tenho a estranha mania de escrever primeiro a história e depois achar um título que tenha a ver com o conteúdo.

    Até lá, para vocês não visitarem o blog e não acharem nada, vou postar dicas de música, livros e fazer algumas tags.

    Obrigado ás pessoas que me acompanharam até agora, amo vocês! Bjss e até a próxima!