segunda-feira, 15 de abril de 2013

Memories - Capítulo 4 - "Uma Rosa para outra Rosa"

    Eu até que poderia dizer sobre o homem que trabalhava na floricultura, mas precisava manter o meu orgulho. Afinal, tinha que ganhar aquela conversa.

         – Não, Colin – respondi – Ninguém me interessou.

                  Memories - Quatro
 
 
    
    DUVIDO – Trisha provocou – E o garçom da lanchonete que fomos? Vai me dizer não o achou bonito? Ele estava te paquerando.
    – Ele só estava sendo gentil – eu disse – Acreditem, ter relacionamentos foi a última coisa em que pensei quando aceitei vir para San Francisco com vocês. Eu vim para passar mais tempo com meus dois melhores amigos e é isso que vou fazer. E nada de arranjar encontros para mim, ouviram? Se um dia quiser ter um, eu mesma vou arranjar. Entenderam bem?

    Com esse aviso, os dois se entreolharam e deram de ombros.

   – Mas depois não venha choramingar para nós quando estiver velha, sozinha, infeliz e com a casa cheia de gatos – avisou Colin, tomando um gole de seu suco.
    – Isso não vai acontecer. Até porque odeio gatos.
    – Não odiará mais quando perceber que eles poderão ser sua única companhia.

    Tentei pensar em algo para me defender, mas de algum modo Colin tinha me pegado. Se havia alguma forma de respondê-lo e vencer aquela conversa, não estava conseguindo achá-la.
    Trisha salvou tudo com uma pergunta:

   – Alguém me passa o suco? – ela estendeu a mão – Não estou... conseguindo... alcançar...

    Estiquei o braço e passei a jarra de suco para Trisha, tentando não olhar para os olhos vitoriosos de Colin, que me encaravam. Trisha piscou várias vezes e disse com uma voz doce:

    – Obrigada.

                                     ***
     DEPOIS de comermos e lavarmos a louça, resolvemos fazer uma brincadeira com Colin, que estava na sala lendo tranquilamente seu livro de aventura. Colin tem uma medo inexplicável por aranhas, e tivemos a idéia de assustá-lo quando eu achei uma no banheiro. A peguei com um plástico em minhas mãos – pois nao sabia se ela era venenosa, e nao queria correr o risco caso ela me picasse – e a levamos até a sala.

     Trisha e eu éramos as únicas garotas que Colin conhecia que nao tinham medo de insetos. Na verdade, nós os admirávamos, e eu até tinha uma caranguejeira de estimaçao – a guardava em um pote de vidro –, mas nao a trouxe por súplicas desesperadas de Colin, pedindo para nao trazê-la de jeito nenhum.
    A coloquei delicadamente no ombro de Colin sem ele perceber, por trás do sofá. Contei com Trisha 7 segundos.

    – AAAAAAAAAHHHHH!

    Caímos na gargalhada enquanto ele batia em si mesmo para tentar tirar a aranha de seu ombro. Nos lembramos no mesmo instante quando assustávamos Colin na fazenda de meu tio, onde crescemos juntos. Pegávamos aranhas pequenas e colocávamos na toca de sua blusa ou mesmo dentro de seu chapéu. Mas também lembramos de como ele não gostava disso.

    – Qual é o problema de vocês?! – ele perguntou – Sabem que odeio aranhas!
    – Só queríamos te dar um susto, Colin – expliquei – Pare de ser tão infantil, está parecendo uma criança!

    Colin ergueu a sobrancelha e encarou nós duas. Com uma voz firme, ele disse:

    – Tem certeza de que eu sou a criança nessa história?

    Ele disse isso e então virou as costas. Olhando por cima dos ombros, avisou:

    – Vou dormir um pouco. Me chamem quando for a hora de saírmos.

    Trisha respirou fundo e murmurou:

    – Primeiro dia em San Francisco e já discutimos – ela gesticulou com a cabeça para a sua bolsa que estava pendurada na cadeira – Que tal darmos uma volta? Faz tempo que não fazemos compras juntas.

    Eu não era o tipo de garota que deixava os olhos brilharem ao ver um sapato novo no armário. E também não era o tipo de garota que gostava de andar horas e horas procurando a roupa perfeita. Se eu via, logo gostava e comprava sem demora. Muito diferente de Trisha, que era uma patricinha assumida.
    Eu e Trisha éramos tão diferentes que ninguém dizia que éramos amigas desde os 7 anos. Além das diferenças emocionais e psicológicas, também tinham as físicas: Trisha era dona do corpo que todas as garotas da nossa escola queriam ter. Seu cabelo era loiro e ondulado, que ficava bonito mesmo se ela fosse atingida por uma tempestade e caísse de cara na lama.
    Eu, já era dona dos azuis como o mar – meu pai costumava dizer isso – e cabelos castahos e ondulados. Eu e Trisha não gostávamos muito de deixar nossos cabelos armados sustentados por litros de laquê, como a maioria das moças da nossa idade fazia na época. Então normalmente eu os prendia em um rabo de cavalo ou os deixava soltos.
    Não conseguia enxergar aonde os garotos viam beleza em mim na época. Era bem visível que Trisha era bem mais bonita do que eu, e se acontecesse uma votação no bairro do Mississippi, com certeza Trisha sairía ganhando esta. Mas desde aquela época e até hoje não me importo muito com o que pensam de mim.

    – Uma hora pra escolher um vestido? – perguntei
    – Consigo até menos que isso – ela prometeu

    Revirei os olhos e ajeitei o cabelo.

    – Vamos então.

    Trisha sorriu e pegou sua bolsa. Não queria gastar muito dinheiro, apenas comprar o que precisava – para Trisha, eu precisava de botas e casacos novos –, então peguei minha bolsa e saímos do apartamento.


    Assim que saímos do apartamento, demos de cara com o velho da floricultura que discutia com o outro homem. Ele estava sorrindo e entregando uma rosa á cada moça que passava por alí, e murmurando coisas muito toscas como: "Uma rosa para outra rosa. Tenha um bom dia, madame!". Meu estômago embrulhou ao perceber que eu e Trisha seríamos as próximas.

    – Boa tarde, senhoras!

    Eu simplesmente odiava quando alguém me chamava de senhora. Afinal, eu tinha cara de senhora aos 20 anos?

    – Boa tarde! – disse Trisha ao pegar a rosa – Elas são lindas! As cultiva á muito tempo?
    – Temos a loja faz 8 anos! – ele respondeu entusiasmado – Querem entrar e ver os outros arranjos?
    – Na verdade, estamos indo ao um outro...
    – Adoraríamos! – fui interrompida por Trisha.

    O sorriso gordo do velho estendeu-se pelo seu rosto. Ele pegou a mão de Trisha com educação e nos guiou pela loja adentro. Ao chegar no balcão, disse ao recepcionista.

    – Atenda a essas adoráveis moças, Rick. Estarei lá fora se precisarem.

    O homem tirou o chapéu e então meu estômago embrulhou. Na verdade, não sei porquê ele fez isso. Afinal, era apenas um homem que eu vi de hoje manhã e achei muito atraente... não era?

    – Em que posso ajudá-las? – o homem sorriu tão docemente que me fez ficar tonta.


Continua...

Heeey! E aí, meus amores! Desculpem a demora, é que foi muito corrido pa mim esses dias! Espero q tenham gostado do 4° capítulo! Bjookas!

Comentários:

Jonathan Freitas: Na verdade, meu Broffice não está salvando meus rascunhos, portanto escrevo tudo na hora mesmo. Quando baixar o Word, vai ficar tudo melhor! E então, o que achou? Bjss!

Andressa, Clara 8°D: Não foi lá o melhor encontro mas foi um começo! kkk bem-vinda gata! Gostou desse? espero q sim! Bjinhus!

Bruny Nelly: Muito obrigada, linda! Continuando, o que achou? Pode deixar q vou olhar sim, ok? Bjs!


Fiquem com Deus!


Um comentário:

  1. Eu amo romance, mas que aventura e outra coisa qualquer, estou gostando muito do livro, o Colin tem tantas semelhanças com o Rony (saga HP), você criou o Colin pelo Rony?

    Eu ri litros quando a Trisha falou que a irmã dela vai acabar velha, sozinha, infeliz e com a casa cheia de gatos

    http://momentoliterario1.blogspot.com.br/

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