terça-feira, 23 de abril de 2013
Memories - Capítulo 5 - Andando em círculos
O homem tirou o chapéu e então meu estômago embrulhou. Na verdade, não sei porquê ele fez isso. Afinal, era apenas um homem que eu vi de hoje manhã e achei muito atraente... não era?
– Em que posso ajudá-las? – o homem sorriu tão docemente que me fez ficar tonta.
Memories - Cinco
ESPEREI Trisha falar algo, mas vi claramente que a próxima fala deveria ser minha. Tirei uma mecha de cabelo do rosto e perguntei:
– Poderia mostrar alguns de seus melhores arranjos? Acho que minha amiga está querendo montar um jardim no nosso apartamento.
Trisha me olhou com raiva, mas não tentei me desculpar. Afinal, ela disse que iria comprar vestidos, e não flores.
– Vocês não são daqui, são? – ele perguntou
– Não – respondeu Trisha – Viemos de Mississippi. Estamos passando alguns meses em San Francisco
– A trabalho? – ele perguntou
– Não, apenas por diversaõ – eu respondi
O homem riu sarcasticamente e saiu de trás do balcão.
– Me sigam.
***
Saímos de lá com dois vasos lindos de flores. Trisha ficou cantarolando o tempo todo em meu ouvido: ele estava te paquerando...
– Ele só estava sendo gentil – eu devolvia
– Percebeu que para você todos estão sendo gentis? – Trisha perguntou
– Percebeu que pra você todos estão me paquerando?
Trisha me devolveu um sorriso sapeca e disse:
– Vamos logo comprar uma jaqueta pra você. Sabe... olhando esse seu visual acendeu uma chama em meu coração para fazer caridade.
Tentei não ficar ofendida com o comentário de Trisha e, como estava em frente ao apartamento, deixei os vasos de flores na recepção, pedindo para os entregar a Colin. Com certeza Trisha compraria mais de vinte peças de roupas, contando com as minhas. Não aguentaria levar vinte peças de roupas mais dois vasos pesados.
Pegamos um ônibus até a loja em que Rick, o homem da recepção, havia nos indicado. Não podia negar que ele era um homem muito bonito, apesar de ter um semblante cansado e acabado, talvez por passar o dia inteiro na floricultura. Seus músculos fortes eram a prova disso, o que me fez concluir que a floricultura não era seu único hobby.
O que me deixava totalmente sem graça era o seu sorriso. Seus lábios eram bem desenhados e seus olhos pareciam caledoscópios. Cada vez que ele sorria era como se o mundo inteiro parasse.
Tentei parar de pensar em Rick e parei para ouvir Trisha, que tentava me ensinar o jeito certo de usar encharpes. Só prestei a atenção na parte de nunca, jamais, em hipótese alguma, usar com amarelo.
***
– Colin vai nos matar – murmurou Trisha, enquanto seguíamos pela recepção.
Ele já devia estar acordado a essa hora, se perguntando como um louco onde estávamos, e que diabo havíamos deixado aqueles vasos de flores no apartamento. Já estava na hora de saírmos e, como o Gary Danko era bem frequentado, era bem capaz de não conseguirmos uma mesa agradável, ou até não conseguirmos uma mesa.
– A culpa é sua! – exclamei – Devia ter se contentado com a primeira bolsa que viu!
– Estavam em liquidiação, Becky! Liquidação!
Abrimos a porta e demos de cara com Colin, usando uma roupa mais formal , já pronto para um jantar no Gary Danko. Trisha foi até ele e lhe deu um beijo rápido, depois seguiu para o seu quarto dizendo:
– Me arrumo em 5 minutos!
Coloquei o monte de sacolas no sofá e disse:
– Desculpe o atraso. Você sabe como é Trisha; nunca sabe quando parar de comprar e demora muito para escolher as roupas.
– Está tudo bem – ele respondeu – Vá se arrumar, ainda temos tempo. Mas não garanto que vamos pegar um bom lugar.
– Certo.
Coloquei a roupa mais formal que tinha. Afinal, era nosso primeiro jantar em San Francisco, e queria o fazer memorável. Fui até meu guarda-roupa e peguei minha câmera que estava escondida no meio das minhas roupas. Podia esquecer até de pentear o cabelo, mas essa câmera era a parte mais importante da viagem – Sem esse objeto não poderia sentir todas aquelas emoções novamente, ao ver as fotos.
O Gary Danko era o restaurante mais cheio que tinha ido em toda a minha vida. Tão cheio, que tivemos que esperar um casal de jovens desocupar a última mesa. Tomamos nossos lugares e fizemos nossos pedidos. O atendimento era rápido e eficiente, e a decoração me lembrava muito a casa da Sra. Stuart – uma amiga da família – , onde papéis de parede com imagens abstratas eram o destaque da sala e da cozinha. O cheiro me lembrava muito a torta de limão que minha tia Anne fazia, embora todos do restaurante estivessem comendo muita carne e massa.
Depois de nossos pratos terem chegado, Trisha pediu para que Colin batesse uma foto nossa. Ele negou, então Trisha pegou a câmera de minha mão e bateu a foto no mesmo instante em que eu mastigava um pedaço de frango frito. (Quando aquele filme foi revelado, não deixei eles acrescentarem essa foto ao álbum)
– Estou cansado – murmurou Colin – Vamos para casa?
– É alguma piada? – perguntei – acabamos de chegar.
– Estou realmente cansado, meninas – ele murmurou novamente, e dessa vez pude ver que ele realmente não estava se sentindo bem.
– O que sente? – perguntou Trisha, segurando em sua mão
Colin suava por toda a parte do rosto. Talvez fosse algo que ele tinha comido, mas ainda não podíamos concluir isso.
– Eu vou banheiro – avisei – Assim que eu voltar, vamos para a casa. Entendeu?
Colin assentiu, embora não tivesse respondido a pergunta de Trisha. Dei a volta por quase todo o restaurante até finalmente achar o banheiro feminino. Depois de usar, arrumei meu cabelo pela última vez e voltei até a mesa onde estávamos sentados. Ao chegar lá, não havia ninguém, apenas um bilhete que reconheci por ser a letra de Trisha:
"Colin desmaiou, não pude esperar você voltar. O levei ao hospital. Volte ao apartamento e fique nos esperando, não vamos demorar.
Beijos, Trisha"
Não sabia se ficava com raiva por não saber voltar ao apartamento ou se chorava pelo estado de Colin.
– Pelo menos ela já pagou a conta – murmurei.
Saí do restaurante me perguntando onde estava. Não prestei muita atenção no caminho quando vim de Táxi, e o trajeto não havia sido curto. Resolvi seguir os meus instintos; fui para o leste.
Para melhorar minha situação, começou a chover. Senti os pingos gelados cortando minha pele, e cruzei os braços tentando me aquecer. Já podia me lembrar de algumas ruas, e conclui que não ficaria perdida e que em menos de vinte minutos estaria na rua do apartamento. Foi aí que percebi que já tinha visto aquela farmácia uma vez. Aquela loja de coisas antigas também me parecia familiar, e pudia jurar que conhecia aquela livraria.
– Ah, que maravilha – murmurei – estou andando em círculos.
Praguejei algo que não consigo me lembrar e continuei andando, com passos pesados e lentos, desejando um táxi que fosse educado o bastante para parar por mim, mas parecia que eu estava invisível a eles.
Foi quando um DKW Sedan preto parou ao meu lado, desacelerando até acompanhar meu ritmo. O motorista abaixou o vidro do carro e olhou para mim, que automaticamente parei, o fazendo parar também.
– Perdida? – ele perguntou
Normalmente não sou de conversar com estranhos, mas naquele estado qualquer ajuda seria bem-vinda. Assenti.
– Entre – ele pediu, gesticulando com a cabeça para o banco do passageiro – Está tarde e chovendo. É perigoso andar por aqui a essa hora da noite. É só me dizer onde mora, e estará lá rapidinho.
Não podia distinguir seu rosto, pois estava de noite e a rua tinha apenas três postes de luz acesos. Ele apertou seus olhos quase invisíveis na escuridão da noite e exclamou:
– Ei, conheço você! É aquela garota que veio de Mississippi.
Assim que o homem sorriu, meu coração errou uma batida, e pude reconhecer seu rosto.
– E você é Rick – eu disse – O que trabalha na floricultura.
***
Continua...
Heeey meus amores! Desculpem meeesmo a demora, é que também escrevo em outro blog. Mas estou gostando bastante das visualizações, e prometo que o máximo que posso demorar é 4 dias. Bjjjs amo vocês!
Comentários:
Jonathan Freitas: Obrigada! kkk na verdade, quando criei a personalidade do Colin, estava pensando em um menino que gostei na quarta série. Se eu te falar que o único livro de HP que li foi a câmara secreta vc vai tentar me bater? kkkk
E sobre a parte em que você riu, isso realmente me aconteceu e foi minha amiga Marcia que me disse isso. Fiquei morrendo de raiva! kkk Espero que tenha gostado desse capítulo! Bjss e até a próxima!
Fiquem com Deus!
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Fiquei com vontade de te bater, você tem que ler os outros livro da saga HP, em qual outro blog você publica, se passar o link eu sigo! Senti um forte clima entre a (sempre esqueço o nome da protagonista) e o motorista do táxi u.u. Aguardando os próximos capítulos!
ResponderExcluirfinalmente conseguir acompanhar, vc vivia comentado no meu blog para le e nunca tinha tempo, ate finalmente conseguir le. vc escreve mega bem, é um talento, so pode.
ResponderExcluircontinua amor, esta divo.